MUNDIALIZAÇÃO: O CAPITAL FINANCEIRO NO COMANDO
FRANÇOIS CHESNAY
O sociólogo Chesnay parte da crítica aos conceitos utilizados para definir a nova globalização da economia, optando pela expressão mundialização da economia, que a seu ver, expressa de forma mais explicita o sistema capitalista de produção. Para ele a expressão mercado é utilizada como metáfora do sistema capitalista, fundamentado na propriedade privada dos meios de produção.
O fetichismo do capital financeiro transforma o dinheiro em algo que não tem relação com o processo produtivo, parecendo externo a ele, algo independente. O dinheiro adquire um sentido fantasmagórico, desvinculado da realidade concreta da sociedade capitalista. O autor desmistifica também o papel do Estado Nacional no processo de mundialização das economias, que longe de ser vítima, é um agente ativo, mostrando historicamente sua ação efetiva nas mudanças que abriram caminho ao capitalismo globalizado. A derrocada do mundo socialista foi, segundo o autor, precedida de providenciais mudanças construídas pela burocracia soviética, abrindo espaço para o triunfo do neoliberalismo.
A globalização na busca da rentabilidade máxima mostra o caráter seletivo do capital ampliando o nível de desigualdade entre nações e povos. É, nas palavras do autor, uma homogeneização que gera heterogeneidade (ou uma igualdade que gera desigualdades). Tal como a sociedade dividida em classes, a mundialização cria também uma hierarquização entre os países no sistema de relações produtivas através da divisão internacional do trabalho.
Chesnay procura enfatizar o caráter sistêmico do processo de mundialização do capitalismo como a “totalidade sistêmica”, conjunto ordenado em torno da tríade (os três grandes centros do capitalismo mundial: EUA, Europa e Japão) Neste contexto, os Estados Nacionais sobrevivem, estreitando suas relações com o capitalismo mundializado. Assim, as possibilidades de expansão só se tornaram possíveis a partir das ações políticas desenvolvidas pelos Estados Nacionais. As possibilidades do modelo estão ancoradas numa ampla base internacional que possibilita a “jogatina” financeira, manejando os capitais de acordo com a rentabilidade oferecida num universo com fronteiras bastante permeáveis para sua ação. As finanças comandam o nível e o ritmo de acumulação do capitalismo, determinando onde e quando ampliar a capacidade produtiva, enfraquecendo assim, a possibilidade de resistência dos assalariados.
Os países em desenvolvimento ou economias periféricas ficam na dependência da avidez do capital financeiro por altas e contínuas taxas de acumulação (juros sobre juros). Esses capitais revoam o globo à procura de novas vantagens competitivas como reservas de matérias-primas e recursos naturais, dimensão do mercado interno desses países e mão-de-obra qualificada, barata e com relações de trabalho com pouca regulamentação (poucos impostos e quase nenhum controle).
As crises financeiras longe do diagnóstico clássico, são a rigor, resultantes da impossibilidade de se assegurar acumulação suficiente para atender ao voraz apetite do capital mundializado. Assim, o capital bate em retirada, realizando lucros diante o menor ruído de ameaça, jogando esses países periféricos em profundas crises econômicas e financeiras.
A abordagem de Chesnay invoca em vários momentos o caráter sistêmico da mundialização do capital, sugerindo que a crise que assola os países periféricos e em menor grau os países do chamado primeiro mundo, não é individual ou localizada, mas está inserida numa esfera mais ampla e, portanto, sem solução no contexto das receitas monetaristas clássicas. A crise vai depender, portanto, da capacidade de realimentação do sistema para a manutenção do equilíbrio dinâmico.
FRANÇOIS CHESNAY
O sociólogo Chesnay parte da crítica aos conceitos utilizados para definir a nova globalização da economia, optando pela expressão mundialização da economia, que a seu ver, expressa de forma mais explicita o sistema capitalista de produção. Para ele a expressão mercado é utilizada como metáfora do sistema capitalista, fundamentado na propriedade privada dos meios de produção.
O fetichismo do capital financeiro transforma o dinheiro em algo que não tem relação com o processo produtivo, parecendo externo a ele, algo independente. O dinheiro adquire um sentido fantasmagórico, desvinculado da realidade concreta da sociedade capitalista. O autor desmistifica também o papel do Estado Nacional no processo de mundialização das economias, que longe de ser vítima, é um agente ativo, mostrando historicamente sua ação efetiva nas mudanças que abriram caminho ao capitalismo globalizado. A derrocada do mundo socialista foi, segundo o autor, precedida de providenciais mudanças construídas pela burocracia soviética, abrindo espaço para o triunfo do neoliberalismo.
A globalização na busca da rentabilidade máxima mostra o caráter seletivo do capital ampliando o nível de desigualdade entre nações e povos. É, nas palavras do autor, uma homogeneização que gera heterogeneidade (ou uma igualdade que gera desigualdades). Tal como a sociedade dividida em classes, a mundialização cria também uma hierarquização entre os países no sistema de relações produtivas através da divisão internacional do trabalho.
Chesnay procura enfatizar o caráter sistêmico do processo de mundialização do capitalismo como a “totalidade sistêmica”, conjunto ordenado em torno da tríade (os três grandes centros do capitalismo mundial: EUA, Europa e Japão) Neste contexto, os Estados Nacionais sobrevivem, estreitando suas relações com o capitalismo mundializado. Assim, as possibilidades de expansão só se tornaram possíveis a partir das ações políticas desenvolvidas pelos Estados Nacionais. As possibilidades do modelo estão ancoradas numa ampla base internacional que possibilita a “jogatina” financeira, manejando os capitais de acordo com a rentabilidade oferecida num universo com fronteiras bastante permeáveis para sua ação. As finanças comandam o nível e o ritmo de acumulação do capitalismo, determinando onde e quando ampliar a capacidade produtiva, enfraquecendo assim, a possibilidade de resistência dos assalariados.
Os países em desenvolvimento ou economias periféricas ficam na dependência da avidez do capital financeiro por altas e contínuas taxas de acumulação (juros sobre juros). Esses capitais revoam o globo à procura de novas vantagens competitivas como reservas de matérias-primas e recursos naturais, dimensão do mercado interno desses países e mão-de-obra qualificada, barata e com relações de trabalho com pouca regulamentação (poucos impostos e quase nenhum controle).
As crises financeiras longe do diagnóstico clássico, são a rigor, resultantes da impossibilidade de se assegurar acumulação suficiente para atender ao voraz apetite do capital mundializado. Assim, o capital bate em retirada, realizando lucros diante o menor ruído de ameaça, jogando esses países periféricos em profundas crises econômicas e financeiras.
A abordagem de Chesnay invoca em vários momentos o caráter sistêmico da mundialização do capital, sugerindo que a crise que assola os países periféricos e em menor grau os países do chamado primeiro mundo, não é individual ou localizada, mas está inserida numa esfera mais ampla e, portanto, sem solução no contexto das receitas monetaristas clássicas. A crise vai depender, portanto, da capacidade de realimentação do sistema para a manutenção do equilíbrio dinâmico.
2 comentários:
e ae professor parabéns pelo seu blog, eu tava estudando para p2 quando vi no Google Renato ladeia ai eu entrei para ver.
Poxa professor o sr. tinha que colocar alguns comentários a respeito do texto. rsrsrsrsrs
abraços professor.
Rodolpho Oliveira
Rodolpho,
Dá para perceber que há tempos não abro esse blog. De qualquer forma agradeço pela paciência em lê-lo.
Abraços
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