quinta-feira, 14 de julho de 2022
JOSÉ DE ARAÚJO VILLAR (1937 - 2022)
Villar é um velho amigo, amigo daqueles que quando você tem um problema ele não diz vou ajudá-lo, mas vamos resolvê-lo juntos. Generoso ao extremo, sempre estava disposto a ouvir e a participar de soluções. Quem conviveu com ele, sabe sobre o que eu estou escrevendo. Sua vida profissional se confundiu com as grandes amizades que cultivou ao longo de sua carreira, sempre bem-sucedida. Sempre tinha uma solução para todas as situações fossem complexas ou triviais. Sempre calmo e sereno, abria seu coração para todas as pessoas, fossem amigos, funcionários ou subordinados. Sabia ser duro quando se fazia necessário, mas sem nunca perder a ternura, como diria um velho idealista.
Gostava de lembrar sobre as dificuldades que passou numa família numerosa e sem muitos recursos. Foi estudar num seminário católico como única maneira de conseguir melhorar de vida. Como não tinha vocação para o sacerdócio, foi buscar a sua realização pessoal estudando e sempre se aperfeiçoando. Cursou Economia, mas foi como gestor de recursos humanos que encontrou uma forma de ajudar as pessoas a ser bem-sucedidas na vida e no trabalho. Depois de longos anos labutando na área, concluiu um mestrado em gestão de RH pela PUCSP e partiu para novas aventuras, treinando profissionais e ajudando empresas a melhorarem o desempenho através das pessoas. Como profissional bem-sucedido, também lecionou em cursos de graduação e pós-graduação, sempre compartilhando conhecimentos com muitos jovens.
Aprendi muito com o Villar. Fosse como companheiro de grupos de gestão de pessoas, como consultor ou como como parceiros em cursos e treinamentos de gestão em várias organizações. Tinha um olhar crítico sobre a forma com que muitos empresários e gestores conduziam as suas empresas, mas ao mesmo tempo era um humanista incorrigível. Acreditava nas pessoas e nas suas capacidades de resiliência para superar problemas. Jamais considerava alguém descartável, pois sempre via no ser humano a potencialidade de superação de fraquezas e dificuldades.
Era um empreendedor nato. Estava sempre procurando algum desafio, fosse no desenvolvimento de novas estratégias de cursos e técnicas pedagógicas, fosse em novas atividades como empresário. Quando percebia que um empreendimento não iria vingar, não desanimava e começava a pensar em outras possibilidades para criar negócios e gerar empregos. Uma de suas últimas cartadas foi concluir uma graduação em Biomedicina depois dos setenta anos, numa busca de aliar a gestão de pessoas às ciências biológicas.
Esse é um pequeno retrato de um grande e generoso amigo, especialista em fazer amizades e ajudar pessoas, que partiu hoje para uma nova e definitiva viagem, talvez buscando uma nova alternativa à esquerda da constelação Orion, sempre procurando novos caminhos e desafios. Perdemos a sua companhia física, mas continuaremos cultivando os ensinamentos e ideias que plantou durante sua rica existência.
Deixo para Cecília e seus filhos Helenice Scapol Villar e Heitor Villar, meus sentimentos pela perda do companheiro e pai.
Evoé José Villar. Até qualquer dia.
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