quinta-feira, 14 de julho de 2022

PESQUISAS ELEITORAIS: POR QUE ACREDITAR NELAS?

As pesquisas erram, mas não mentem. É óbvio que me refiro às pesquisas sérias, realizadas com métodos estatísticos consagrados. Alguns críticos das pesquisas comentam que nunca foram entrevistados pelas tais pesquisas, mas isso é absolutamente normal. Num universo de mais de cem milhões de eleitores estar numa amostra de dois mil eleitores, é quase como acertar as seis dezenas na Mega Sena. Acontece, às vezes, de alguém ser abordado por um entrevistador e ser abandonado no meio da pesquisa porque ele descobriu que já completou o número de pessoas com nível de escolaridade superior ou estado civil, como já ocorreu comigo. As pesquisas podem ser consideradas como uma fotografia antecipada dos resultados, mas pode errar muito feio, pois até o dia do pleito, muita coisa acontece, pois, a sociedade é dinâmica. Podem surgir mudanças no comportamento dos eleitores, novas informações, notícias bombásticas verdadeiras ou falsas sobre os candidatos, traições, mudanças ambientais etc. Para se realizar uma pesquisa é necessário um planejamento muito rigoroso para a seleção da amostra que vai representar a população como um todo, incluindo nele os dados demográficos do país, como o percentual de mulheres e homens, a divisão por faixas etárias, níveis de renda, estados civis, nível de escolaridade, local de residência, religião, grupo étnico. Quem paga as pesquisas? Os institutos de pesquisa trabalham por encomenda de órgãos de imprensa, governos, partidos ou fazem as pesquisas e vendem os resultados para serem publicados com exclusividade por este ou aquele órgão de imprensa. Aí vem a pergunta: como pesquisar 2000 pessoas e projetar os dados para os mais de cem milhões? Para entender isso, é preciso ter em mente que uma parte de um todo em geral representa a totalidade. Por exemplo: se cortarmos um pequeno pedaço de uma maçã e submetê-lo a uma análise, podemos descobrir quais as vitaminas, açucares, fibras e nutrientes que estão presentes numa fruta inteira. Outro detalhe importante é a equipe de coleta de dados que precisa ser confiável e bem treinada. Poderia ocorrer a falsificação de dados por um entrevistador? Sim, é possível, mas os bons institutos de pesquisa checam por amostragem os seus entrevistadores e caso encontre um deles com dados falsificados, todas as entrevistas que ele fez são descartadas. Ninguém quer perder um mês de trabalho por uma bobagem. Outro aspecto importante é que o número de entrevistados numa pesquisa tem um ponto ótimo, ou seja, a partir de um determinado número de entrevistas, os resultados vão se repetir indefinidamente. Portanto, não adianta entrevistar cem mil pessoas (que seria inviável) que os resultados vão ser muito próximos da amostra com apenas 2000 ou 2500. E por fim, a margem de erro, que representa a probabilidade de erro numa determinada amostra. A margem de erro é calculada com base em sofisticadas técnicas estatísticas.

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