quinta-feira, 14 de julho de 2022

LULA VERSUS BOLSONARO

A última pesquisa Datafolha indica que se nada de novo acontecer, Lula poderá vencer as eleições ainda no primeiro turno. É importante observar que não são somente os percentuais que cada candidato tem na preferência dos eleitores. Existem outras informações bastante relevantes para dar sustentação ao prognóstico, como o índice de rejeição de cada candidato. Bolsonaro tem 55% e isso indica que não passará dos 45% de votos se sua candidatura crescer fortemente até às eleições. Enquanto o Lula, com uma rejeição de 35%, pode alcançar teoricamente até 65% dos votos. É uma vantagem e tanto para o ex-presidente. Outro dado relevante apurado pelo Datafolha, é a avaliação do atual presidente em que 55% dos eleitores o consideram como ruim e péssimo. Sem dúvida um dado muito ruim para quem quer se reeleger. Outra informação levantada é que apenas 17% dos eleitores acreditam em tudo o que o presidente fala. Isso indica que nem todos os possíveis eleitores dele acreditam nele, o que também é ruim para um candidato, pois parte dos seus eleitores poderiam em tese migrar para outro candidato com mais credibilidade. A chamada terceira via se apresentou com a candidata Simone Tebet, resultado da aliança entre dois partidos: PMDB e PSDB e apesar da exposição que teve na mídia nos últimas dias, não deu sinais de vitalidade. Concorrer com dois candidatos, sendo um que já foi presidente por dois mandatos e saiu com grande aprovação e um presidente atual que está todos os dias em exposição de forma positiva ou negativa, não é tarefa simples. Outro detalhe importante: no Brasil o voto é muito personalizado e focado no carisma dos candidatos. Diferentemente dos EUA onde a maioria dos eleitores são republicanos ou democratas, como também nos países europeus em que há uma preferência partidária. Por aqui temos essa tendência cultural do personalismo populista. Isso é antigo entre nós. Tivemos o getulismo que durou décadas, o ademarismo, o janismo, juscelinismo, brizolismo, malufismo, lulismo e agora bolsonarismo. Sem o carisma político dos dois candidatos, dificilmente Simone poderá emplacar. Para ser viável, teria que atrair os eleitores Bolsonaristas que não sejam fanáticos ou seja: entre 10 e 15%. Com isso ela poderia tirar o Bolsonaro da corrida para o segundo turno, quando tentaria atrair os eleitores de centro que tendem a votar no Lula. Como o MDB está dividido, com parte dos candidatos a governador apoiando Lula e o mesmo ocorrendo com o PSDB que se divide entre Lula e Bolsonaro, a candidatura de Simone não para em pé. Ciro Gomes, por sua vez, não deslancha e pode ficar a ver navios, caso seus eleitores resolvam optar pelo voto útil em Lula, o provável herdeiro pela proximidade ideológica. Como 70% dos eleitores já definiram quem será seu candidato, temos 30% que poderão oscilar entre um e outro, confirmando a vantagem que Lula tem até o momento. Enfim, se nada mudar teremos um presidente eleito já no primeiro turno e que ficará quase três meses esperando para tomar posse sob chuvas e trovoadas.

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